30 September 2024 to 4 October 2024
America/Sao_Paulo timezone

A esfera armilar: um instrumento didático do Polo Astronômico Rodolfo Caniato

Speaker

Thiago Henrique Woitovicz Silva (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

Description

Este trabalho objetiva apresentar um instrumento astronômico didático, que está disponível no Polo Astronômico Rodolpho Caniato, conhecido como esfera armilar. Segundo Trogello, Neves e Langhi (2024) tal esfera consiste em um instrumento altamente engenhoso que permite discutir questões da história da ciência, da geometria e questões do movimento aparente do Sol para um determinado ambiente, bem como explicar a ocorrência das estações do ano. A partir desse instrumento é possível discutir a visão ptolomaica (ou geocêntrica) do cosmos. O conceito que fundamenta esse modelo é o da abóbada celeste, uma representação do cosmos como uma esfera em cujo centro é a Terra que habitamos. É a partir desse conceito que buscou-se entender a geometria do cosmos e a base da astronomia de posição desde a Antiguidade até Idade Moderna e, para muitos propósitos este é um modelo que ainda é útil para nós, como as navegações marítimas. Se observarmos a abóbada celeste por dentro veremos todos os corpos celestes localizados em algum ponto da superfície da esfera. Podemos especificar a localização de cada um por alguma definição convencional de suas coordenadas. Pela rotação da Terra, vemos toda a esfera girar ao nosso redor e descrevemos uma rotação completa a cada 23 horas e 56 minutos, o que corresponde ao chamado dia sideral. O eixo dessa rotação, também chamado de eixo do mundo, é a linha que passa pelos polos norte e sul da Terra e continua até atingir a superfície da esfera; É assim que determina o polo celeste norte e o polo celeste sul. Equidistante entre os dois polos celestes da esfera é a circunferência do equador celeste, determinado pela projeção no céu da circunferência do equador terrestre. A partir dessa esfera armilar é possível também se discutir a região do horizonte em que o Sol surge pela manhã e se põe ao final do dia, desmistificando o erro de que o Sol nasce no Leste e se põe no Oeste. Assim, quando o Sol "nasce" mais ao norte segue um caminho mais baixo em relação ao horizonte, ao longo do dia. Os dias para esse observador são mais curtos nesse período (caracterizando o inverno), ao passo que se tornam mais longos quando o Sol nasce mais ao sul (caracterizando o verão). Podemos dizer então que durante o ano o Sol surge no horizonte Leste em posições diferentes, que vai do trópico de capricórnio no hemisfério Sul (latitude 23,5°Sul) até o trópico de câncer no hemisfério Norte (latitude 23,5°Norte). Assim, para um observador localizado no hemisfério Sul, em dezembro o Sol surge no horizonte Leste sobre o trópico de capricórnio e em junho sobre o trópico de câncer.

Author

Thiago Henrique Woitovicz Silva (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

Co-authors

Camila Maria Sitko (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) Henrique Muniz Alves Jose Victor Pita Daiko Michel Corci Batista (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) Oscar Rodrigues dos Santos

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