9–10 Oct 2025
Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro
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Abordagem às disfunções vesicoesfincterianas em idade pediátrica

Not scheduled
20m
Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro

Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro

Speaker

Catarina Silva (CMR Sul)

Description

As disfunções vesicoesfincterianas representam até 40% das consultas de urologia pediátrica, tendo repercussões médicas, emocionais e sociais significativas. Estão frequentemente associadas a infeções urinárias recorrentes, refluxo vesicoureteral, obstipação e problemas psicológicos, com impacto profundo na autoestima e qualidade de vida da criança e família.
Estas disfunções podem ser classificadas em bexiga não neurogénica — habitualmente funcional e de prognóstico favorável com terapêutica conservadora — e bexiga neurogénica, decorrente de lesões neurológicas estruturais, que frequentemente exige estratégias invasivas para proteção da função renal e obtenção de continência socialmente aceitável.
O diagnóstico baseia-se numa avaliação clínica abrangente, complementada por diários miccionais, questionários validados e exames não invasivos (ecografia, urofluxometria). Estudos urodinâmicos invasivos são reservados para casos complexos ou refratários.
O tratamento segue uma abordagem estratificada: a uroterapia padrão constitui a primeira linha e inclui educação, desmistificação, correção de hábitos miccionais, hidratação e tratamento da obstipação. Em casos selecionados, recorre-se a uroterapia específica (biofeedback, treino do pavimento pélvico, alarmes para enurese), farmacoterapia (antimuscarínicos, desmopressina, agonistas β3) ou neuromodulação (TENS/PENS). Situações refratárias podem beneficiar de injeções intravesicais de toxina botulínica, com impacto positivo na hiperatividade do detrusor e dissinergia detrusor-esfíncter.
Nos casos de bexiga neurogénica grave, intervenções cirúrgicas como o procedimento de Mitrofanoff ou aumento vesical tornam-se necessárias para promover a autonomia funcional da criança e preservar a função renal.
A reabilitação vesicoesfincteriana em idade pediátrica exige abordagem multidisciplinar, integração de medidas conservadoras e, quando necessário, terapêuticas invasivas, com o objetivo central de proteger o trato urinário superior, alcançar continência e melhorar a qualidade de vida.

Author

Catarina Silva (CMR Sul)

Co-authors

Dr Sofia Mesquita (CMR Sul) Dr Arminda Lopes (CMR Sul) Dr Jonathan Rios (CMR Sul) Dr Katia Ferreira (Hospital de Faro) Dr Ana Lucia Gomes (Hospital de Faro)

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