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Description
O presente trabalho, de caráter qualitativo, tem como objetivo apresentar a suíte Armorieta composta por Evandro Jorge em 2020, na ocasião da comemoração dos 50 anos do movimento armorial, vinculada a uma estética de inspiração da cultura popular do Nordeste do Brasil dialogando também com os nossos respectivos trabalhos de mestrado na área de práticas interpretativas.
É importante também apontarmos a colaboração entre intérpretes e compositor, buscando apresentar uma obra originalmente composta para flauta doce e cravo com os elementos da música pernambucana, apontando aspectos que contribuem à criação e difusão de novas obras vinculadas a essa formação instrumental. O uso de instrumentos europeus na prática da música nordestina, reitera as diversas possibilidades de repertórios do instrumento, assim como a potencialidade de inserção dessa prática camerística para essa formação instrumental enaltecendo a cultura à qual os instrumentistas e compositor estão vinculados.
Os instrumentos flauta e cravo, individualmente, já possuem certo protagonismo na prática da música dita popular, como podemos observar em Silva (2023), que apresenta um levantamento de choros compostos originalmente para flauta doce, em Rodrigues (2023), com arranjos de frevo para flauta doce e cravo, em Gatti (2017), onde aborda repertórios para o cravo em linguagem da música brasileira de fonte popular, em Matos (2024), com transcrições para cravo de música armorial.
Práticas composicionais para a formação flauta doce e cravo dentro da música armorial vem sendo apresentadas por Barros, Barroso (2021), Barros, Barroso (2023), Silva, Matos (2023). Armorieta traz diferentes manifestações ligadas ao nordeste como: Caboclinho, Cantiga, Coco e Frevo, muito presentes na cultura pernambucana. O trabalho apresenta como são explorados os diferentes ritmos, o uso das células rítmicas características e os papéis que os instrumentos assumem, colocando o cravo não apenas como instrumento de acompanhamento rítmico/harmônico para a flauta doce, mas estabelecendo diálogos e apresentando protagonismo na prática musical. Além disso, aborda-se os caraterísticas de cada dança como recursos interpretativos para que o interprete que não esteja inserido na prática da música nordestina, possa ter subsídios para a execução da peça.
A importância do papel do intérprete no desenvolvimento de novas obras, assim como a exploração dos gêneros pernambucanos vinculados à música camerística são pontos marcantes á qual podemos esclarecer a partir da criação e performance da suíte Armorieta.
Estudante de programa de pós-graduação? | não |
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