9–10 Oct 2025
Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro
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QUANDO A ESPASTICIDADE FAZ GINÁSTICA… E A EQUIPA TAMBÉM

Not scheduled
20m
Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro

Universidade do Algarve, Campus da Penha, Faro

Speaker

Daniela Teixeira (ULS Algarve - hospital de Faro)

Description

INTRODUÇÃO
Em crianças com espasticidade dos membros inferiores predominam padrões clássicos de adução e rotação interna das ancas, flexão dos joelhos e flexão plantar dos tornozelos, levando à postura característica “em tesoura”. No entanto, uma minoria apresenta padrões atípicos, pouco descritos na literatura, tornando a abordagem ainda mais desafiante.

CASO CLÍNICO
Lactente de 6 meses, sexo feminino, filha de pais consanguíneos, com antecedentes de agenesia renal esquerda e dolicocefalia nas ecografias pré-natais, parto eutócico de termo e rastreios neonatais negativos. Aos 3 meses foi submetida a correção cirúrgica de Coartação da Aorta, evoluindo com Encefalopatia Epilética (síndrome de West), no contexto de provável doença genética/metabólica em estudo. O quadro motor progrediu para tetraparésia espástica, tendo iniciado baclofeno oral. À observação por Medicina Física e de Reabilitação apresentava espasticidade grau 3 de predomínio crural, com padrão de rotação externa, flexão e abdução das ancas, e extensão dos joelhos, associado a hiperreflexia bilateral e sinais de desconforto em repouso. Tendo como objetivos o alívio da dor, facilitação de posicionamento e prevenção de complicações, foi aplicada toxina botulínica nos músculos psoas, reto anterior e tensor da fáscia lata, bilateralmente. Após uma semana verificou-se redução da resistência à mobilização passiva da anca, permitindo o posicionamento em decúbito ventral, lateral e sentada em feeder-seat, com ganhos potenciados pela fisioterapia e mantidos com ortóteses.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Este caso destaca-se por divergir do fenótipo clássico da tetraparésia espástica, existindo poucos relatos semelhantes. Padrões atípicos, como o observado, são raros e geralmente associados a síndromes genéticas, metabólicas ou lesões cerebrais extensas, em concordância com a suspeita clínica. A combinação de toxina botulínica, fisioterapia e ortóteses permitiu posicionamento mais adequado, com impacto positivo no conforto da lactente e nos cuidados prestados.

Author

Daniela Teixeira (ULS Algarve - hospital de Faro)

Co-authors

Ana Catarina Martins (ULS Algarve - Hospital de Faro) Dr Ana Lúcia Gomes (ULS Algarve - Hospital de Faro) Dr Catarina Silva (ULS Algarve - Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul) Dr Gisela Leandro (ULS Algarve - Hospital de Faro) Dr Kátia Ferreira (ULS Algarve - Hospital de Faro)

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