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Resumo: A realização de rastreios auditivos universais em idade pré-escolar é crucial para detetar precocemente dificuldades auditivas com impacto na linguagem, aprendizagem e participação social. Este estudo descreve os resultados de um programa municipal de rastreio em crianças de 5–6 anos e, nos casos alterados, analisa o perfil de fala e as competências de perceção/discriminação auditiva.
Métodos: Estudo transversal em jardins de infância de Vila Real de Santo António. O rastreio incluiu otoscopia, timpanometria e audiometria tonal simples. As crianças que não passaram no rastreio, realizaram avaliação em Terapia da Fala (perceção e discriminação auditiva e fala).
Resultados: Foram rastreadas 119 crianças (61 rapazes, 58 raparigas); cerca de metade falhou o rastreio. Na subamostra avaliada em Terapia da Fala (n=30), a maioria tem preservadas as competências de perceção auditiva, tendo sido registadas alterações na discriminação auditiva, especificamente no traço de vozeamento. Na fala, 80% apresentaram alterações na produção dos sons da fala, maioritariamente na classe das líquidas e das fricativas.
Conclusão: A elevada taxa de reprovação no rastreio auditivo e a associação com alterações de fala e discriminação auditiva reforçam a pertinência do rastreio universal em idade pré-escolar e da articulação entre saúde e educação para prevenir impactos na literacia emergente.