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As estrelas Be são rotadores rápidos de tipo B que ejetam matéria formando um disco equatorial, mas o mecanismo que provoca essas ejeções ainda não é totalmente compreendido. A presença deste disco resulta na característica emissão em linhas de Hidrogênio. A principal hipótese atribui a ejeção de massa à energia adicional fornecida por pulsações não-radiais (NRPs). Este trabalho tem como objetivo investigar tal conexão por meio de uma abordagem sinérgica, combinando fotometria espacial de alta cadência (TESS e Kepler/K2), dados astrométricos (Gaia) e espectroscopia de solo, que inclui tanto dados de bancos de dados quanto observações realizadas nos observatórios Pico dos Dias e SOAR. A metodologia foca em um tratamento de dados cuidadoso para preservar as características astrofísicas relevantes. Foram investigadas diferentes técnicas de remoção de tendências (detrending) para garantir que a variabilidade associada aos outbursts não fosse suprimida. Além disso, em campos estelares densos, foram utilizadas máscaras de extração customizadas e investigados métodos de disponíveis para mitigar a contaminação por fontes vizinhas (deblending). A análise de Fourier, por meio de pre-whitening iterativo, permite a identificação das frequências de pulsação, e a estabilidade temporal dos sinais é avaliada com ferramentas como a análise de wavelets. Medidas da largura equivalente da linha H-alpha, principal traçador da atividade do disco, são obtidas dos espectros. Os resultados demonstram a interdependência entre a fotosfera e o disco, onde a modulação do brilho estelar pelas pulsações está diretamente ligada às mudanças na atividade do disco, evidenciadas pela linha H-alpha. Esta caracterização detalhada é fundamental para testar os modelos que conectam os processos internos da estrela à dinâmica do seu ambiente circunstelar, fornecendo evidências para a compreensão do fenômeno Be.